Sinfonia em Sol Maior / Mozzart


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A Mão do Poeta

Augusta Schimidt



Entre o céu e o sonho o poeta borda estrelas de ouro no coração do horizonte...

Mão de poeta tem poder de encantamento... Escreve o que sente e às vezes sem sentir dá formas côncavas e convexas aos desenganos, desejos contidos, amores reprimidos...

Mão de poeta sabe a cor do invisível, semeia flores nos corações, faz brotar bem-me-quer nos olhos dos desiludidos, desenha palavras nos montes verdes da esperança, esparge perfumes suaves adocicando a brisa leve, mesmo que seja apenas um momento breve.

Mão de poeta tem olhos de ver, ouvidos de ouvir os sons dos versos que calam fundo na alma do mundo.

A mão do poeta navega no universo infinito fazendo nascer a poesia que está a espera para ser escrita.



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Mãos de Poeta


© Joaquim Marques




As mãos dum poeta têm nas pontas dos dedos esmerada sensibilidade para executar as ordens transmitidas pelo cérebro que advêm da sua inspiração...

Mãos que, vezes com firmeza, vezes vacilantes, escrevem palavras que, nas suas mutantes, tanto podem transmitir alegria, carinho, paz e amor, como tristeza, sofrimento ou dor...

As mãos dum poeta, riem e choram, no momento que escrevem...

Elas, com ajuda de sua pena, pintam em palavras, autênticas aguarelas que, coloridas ou singelas, criarão belos quadros e, levarão a olhos sensíveis, as maiores emoções...

Mãos de poeta sentem as vibrações da alegria e tristeza que passam a tantos corações... Porque vivem emoções!...



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Campinas/setembro/2011

Porto/Portugal/Setembro/2011

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Duetando com Drummond



Uma cidade qualquer

Carlos Drummond de Andrade



Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... As janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus!


(Alguma poesia in Reunião, 1982)




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Outra cidade qualquer

Augusta Schimidt



Janelas que olham sem cessar

Portas que se fecham em silencio

Ruas preguiçosas absortas

Calçadas cansadas de andar

Noites que dormem no embalo

De violas que choram amores perdidos

Mágoas silenciosas em becos sem saída

Vidas perdidas...



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(in Duetos em Sol Maior)

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Campinas/SP

Setembro/2011

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Em Qualquer Cidade

(Yara Nazaré)



Em qualquer cidade

Pessoas encontram-se...

Algumas sorriem

Outras sisudas passam

Não sabem o que perdem

Um sorriso tudo cura

Remoça a alma que se acalma

Nas alamedas floridas da vida!



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SEJA EM QUALQUER CIDADE



Casas com bananeiras plantadas

Mulheres que subiam nas árvores

Amo cantar no pomar.

Um homem vai lento na rua

Com seu cão a lhe acompanhar.

Um burro atrás deles vai.

Das janelas nada se via.

Eta coisa mais chata, meu Deus !



Ervin Figueiredo

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A Minha outra Cidade



adotei quando nela fui morar,

percorri campos ,subi degraus da escola ,

das letras, das artes,da música...

Disputas, brincadeiras de crianças,

as janelas, os sonhos alargaram

para jamais voltar a outro lugar!

29/09/2011

Maria Thereza Neves

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FLORES E VIDAS!...



© Joaquim Marques




Tal e qual como flor desabrochamos

Desatam-nos dum laço, fonte da vida

Vamos florescendo sem que saibamos

Se seremos flor pura, ou poluída…





Toda e qualquer flor tem seu encanto

Há as que são viçosas e aveludadas…

As do campo, lindas são, mas no entanto

Há as que nascem nas bermas de estradas…





Todas nascem com o destino de florescer

Porém, nem todas conseguem florejar

Por falta de jardineiro pr’as tratar…





Às que florescem, suas pétalas caem

Em nós, os anos passam e, finalmente

Das flores e seres, as vidas se esvaem…



PORTUGAL

2011

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RESSUSCITADA

Ceres Marylise



Assim te recolhi, já toda murcha,

flor destroçada, por todos pisoteada.

Assim te retirei de um charco imundo,

para trazer-te comigo, e sobretudo,

fazer-te rebrotar num novo mundo.

Foste ainda capaz, de em teus despojos,

perceberes um pouco do calor,

que te deram com amor, meus lábios mornos.

Assim te recolhi: tão desprezada!…

mas transformei-te enfim, na flor mais bela,

pelo milagre do amor, ressuscitada.

***

ceresmaylise@terra.com.br


PEREGRINO ERRANTE


© Joaquim Marques



Como peregrino errante desconheço

Donde vim, pra onde vou, o que faço aqui.

Sobre caminhos de sáfara, tropeço

Sem me aperceber sequer, porque caí…


Levanto, sigo meu caminho incerto…

Sem saber na verdade o contingente

Que hei-de dar à vida que por certo

De mim, exige que seja mais prudente…


Mas alguma missão, tenho que cumprir

Por isso, ando neste mundo errante…

Onde obstáculos surgem a todo instante.


Persuadido de que um dia saberei

O motivo dos tantos tombos que dei

Prossigo meu caminho, certo ou errante…



PORTUGAL

2011




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PEREGRINO


Regina Coeli



Nas noites e nos dias, peregrino

Em busca de uma tal felicidade

Que pode estar no campo ou na cidade,

Vestindo roupa de homem ou de menino.


Se caio por azar ou desatino,

A queda me sustenta na lealdade

Da dor que dói em tantos, e me invade

O sonho de eu chegar ao meu destino.


Saber não sei que passos dessa estrada

Vão corrigir meus pés neste meu rumo

Sob estrelas luzindo em madrugada...


Há tanto a descobrir... Mas eu presumo

Que tudo o que já vi é só um nada...

E o torto que sou eu anseia um prumo!





Cio da Terra

Augusta Schimidt

Terra nossa e seus mistérios
Verde de ver e sonhar esperança,
Chora azul, molha o chão
Brota o grão feito erva bendita.

Pedras silenciosas,
Fendas ociosas,
Lavas incandescentes
Ventos dançantes... Fecundação
Terra... Milagre da Vida.

Campinas/ SP
Julho/2011

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CIO DA TERRA

© Joaquim Marques


Força energética em atividade
Plena, capaz de levar a efeito
Quaisquer obras, sem problemas
Sejam elas grandes ou pequenas
Desde que tratada com respeito.

Cio da Terra!... Viço que depende
Do tratamento dado pelo homem.
Ele pode ser a exuberância Divinal
Que tudo nos oferece, mas no final
Da vida, suas moléculas consomem...


Portugal
2011



O MEU PAÍS

© Joaquim Marques


Eu nasci num país onde o alvor
De levante, chega bem cedinho.
A Natureza bela é sequencial...
Enquanto gorgeia cada passarinho
Raios de Sol, beijam com carinho
O céu deste meu lindo Portugal.

Eu nasci num país onde há jardins
Com as mais belas e odoríferas flores.
Nas suas pétalas escrevo meus cantos
Perfumados com histórias d'amores
E os feitos de bravos navegadores
Desta Pátria de heróis e de santos.

Eu nasci num país beijado pelo mar
De onde para Ceuta, naus, partiram
Sulcando águas de mares profundos.
Heróicos marinheiros, a tudo resistiram
E, guiados pelo Infante, descobriram
Terras... que são hoje, novos mundos.

Eu nasci num país pequeno, mas ufano
Das façanhas, de seu povo, reza a história
Mas seu timbre é nobre, hospitaleiro e leal.
Tantas foram as conquistas levadas à vitória
Que cobriram seu estandarte de glória!...
Este cantinho onde nasci... É Portugal!...

PORTO
13-7- 2011

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O MEU PAÍS


Carmo Vasconcelos



Amo estas margens onde o mar se deita

E onde espargi de mel a tenra infância,

Terra cujo perfume me deleita,

E a cor aos olhos meus é cintilância.


Quero alçar-me às colinas da memória,

Aos castelos de sonho que a bordejam,

Ser pedra, testemunha de ida glória,

Sal eterno das ondas que a cortejam.


Para ver cada flor do seu jardim

Renascer num futuro promissor,

De seiva colorida ao tom do amor;


E cada coração ter do jasmim

A alva cor da igualdade fraternal,

A levantar do chão meu Portugal!



***

Lisboa/Portugal

Dezº/21/2010

http://carmovasconcelof.spaces.live.com

http://www.osconfradesdapoesia.com/Biografia/CarmoVasconcelos.htm




A VIDA ENSINA
Clara da Costa

A vida,
é uma bela e fascinante loucura.
E, loucos somos nós,
seres humanos, que chegamos para
viver,
crescer,
amar,
sofrer,
sorrir,
aprender,
partir...e, chegar,
fazendo valer nossa condição
de espíritos em peregrinação contínua.

A vida ensina e,
a beleza e o fascínio da vida,reside exatamente aí:
nascer, crescer e morrer.
Manter o sorriso, o otimismo,
brigar teimosamente prá ser feliz,
respeitar para ser respeitado,
amar e ser amado, continuando o caminho
sem desistir de viver, mesmo com os obstáculos.

A vida ensina, e temos que ter consciência,
que ela é chegada, mas também é partida...
que nascemos para morrer,
e que temos que morrer para renascer.

Ah, essa bela e fascinante loucura
que se chama Vida!!

Praia de Pipa/RN
26.02.11

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A VIDA ENSINA
Augusta Schimdt

Do ventre materno
Desponta para o mundo...
Há que enfrentar a vida,
Muitos invernos e primaveras,
Haverá um futuro para construir...
O tempo passa,
Implacável,
Saudades virão...
Muitos sonhos florescerão
Entre choros e risos,
Medos e anseios,
Novidades enfim,
Pois a vida é mesmo assim.
Nos olhos o sorriso,
Na face a meiguice,
No coração uma melodia
De amor e de alegria.
O corpo vai tomando forma,
As lembranças armazenadas
No baú da saudade,
E o tempo vai passando...
Novas formas,
Novos temores,
Novas alegrias,
Novos amores.
Vida vivida,
Missão cumprida,
Lições para serem ensinadas,
Experiências para serem trocadas,
Saudades para serem lembradas...

Fevereiro/11

DÍA UNIVERSAL DE LA MADRE TIERRA
Abril 22 de 2010

La tierra ultrajada tiembla de terror
Su sensibilidad despedazada por el dolor
Al ver sus entrañas productivas arrasadas
Con sembrados transgénicos de semillas inventadas

¿Que nos da de comer señor en la simiente que crece?
El grano brota forzado mientras el campo fallece
¿Imitar a Dios es lo que el hombre soberbio quiere?
Impidiendo que el origen del germen natural no prolifere

Acabar con el elemento vital de la supervivencia
¿Acaso del valor de la vida hemos perdido la conciencia?
El agua no la derrochan los ríos en imprudentes albedríos
Riegan la tierra en su cause recorriendo los plantíos

¿Qué hemos hecho hermano de la naturaleza primitiva?
¿Del tinte verde brotado por el sol que lo activa?
Del sabor de las uvas maduras productoras de vino
Ya nada tiene como antes ese gusto tan genuino

Equilibrio ecológico alterado por tóxicos que suelen matar
La tierra de sed agoniza se vuelve desierta y la puede acabar
Las horas para la humanidad se están volviendo trágicas
Los sapos ya no comen por las noches luciérnagas mágicas

Omnipotencia torpe la ambición desmedida te delata
Hombre vil e innoble que no aprendes recitar desiderata
Terminaras siendo de ella partículas de polvo fertilizante
Abono de la vida cuando tu materia al fin se vuelva mutante

©María Cristina Garay Andrade©
Derechos Reservados de Autora
Monte Grande – Buenos Aires – Argentina
Abril 22 de 2010



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http://www.agregarte.com/salas/maria_cristina_garay_andrade_1.php
http://mariacristinadiccionario.blogspot.com/

mgaray_andrade_420@yahoo.com.ar
desdemissilencios1@speedy.com.ar


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Tierra Oración

Nuestra tierra que está en los cielos
Bendita tú eres, madre de regalías
Splendid es tu belleza
Salvar la Tierra llena de gracia!

El terreno nuestro diario
Danos hoy y siempre
Su riqueza y su belleza
Su fruta y sus flores.

Perdona a tus hijos
Diezma sus bosques
Bendice a las personas que te ama
Se asegura de que usted y le protege
Ahora y siempre
Que así sea


Augusta Schmidt

Recordações
Augusta Schimidt

Recordando o passado descobri,
Que poucas foram minhas alegrias,
Mas de lamurias foram longos dias
Amargos e penosos que vivi.

Dos momentos vividos junto a ti
Eu somente guardei alegrias
Nas caixas de lembranças já tardias
Todas as esperanças que senti.

E fui passando pela vida afora
Às vezes rindo como rio agora
Mostrando-me feliz a quem me vê

E misturando lágrimas e risos
Num desvairado mundo de improvisos
Que dor não me restou para ser triste!

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Sonetando Augusta Schimidt
Odir Milanez da Cunha

É mister bem comum de toda história
começar pelo dito: “Era uma vez...
Daí se tira o escrito na memória
do que se ouviu dizer, do que se fez.

Agora mesmo eu traço a trajetória
da minh’alma que leu minha nudez
e que, sem timidez, foi meritória,
concedendo aos meus sonhos sensatez.

Era uma vez meu eu pensado assim,
que do poeta, um dia, foi bondade
em verso e prosa, do começo ao fim.

A prosa pôs-me tal suavidade,
o verso foi tão puro para mim,
que de mim estou cheio de saudade!

Sonho de menino
Augusta Schimidt

Lá vai o menino a sonhar
Caminhando pra um destino incerto
Sentindo o vento que sopra
Olha ao longe, fica esperto.

Seu cansaço não dói,
Sua fome não come,
Sua sede não bebe,
E o frio que faz,
Seu corpo não percebe.

A cada passo que dá
Fica marcada a pisada
No lamaçal da estrada
Ou na grama molhada

Segue o caminho o menino
Cantarola, olha o céu
Daquele mundo tão seu
E pensa...Onde será que a vida se perdeu...

E o menino então,
Desafia o vento,
Corre contra o tempo
Tem pressa de viver...

Campinas/16/04/2009

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MENINO DE RUA
Maria da Fonseca

Menino sem pai nem mãe,
Pelos outros, envolvido,
Vives na rua, largado.
Só aos teus tu és unido,
Aos pivetes és ligado.

Sem pão, sem lar nem carinho,
Corres a rua madrasta,
Enganado, seduzido.
Muito pouco é o que te basta,
À desgraça reduzido.

Pobre menino franzino,
Pedes com tanta insistência,
Persegues com tanto ardor,
Que afastas a indulgência
E só nos causas temor.

Sem ‘scola, ‘studo, valores,
O menino que é da rua,
Nem à noite tem descanso.
No seu tecto mora a lua
E a pedra é o seu ripanço.

Socorrei esse menino,
O que será seu futuro?
Valei-lhe em sua desdita.
Resgatai-o do escuro,
Regresse à vida bendita.


Lisboa - Portugal

Em busca da emoção
Augusta Schimidt

Natureza...
Inspiração...
Cheiro de mato no ar
Passa o vento ligeiro
Derrubando em seu roteiro
Flores pelo chão

E as folhas rodopiando
Algumas feito pião
Formam tapetes orvalhados
Servindo de passarela
Para aquelas que seguem em giro
Tal qual uma bailarina
Solta, sutil
Dançando em busca da emoção.

Campinas-20.11.2006-23.35hs

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NATUREZA! MINHA ORAÇÃO!
©Joaquim Marques

Falar de natureza, para mim, é devoção!
Dela faço minha oração!
Porque o vento suave traz até mim,
o perfume das flores do mais belo jardim
que, indubitavelmente se chama...
Natureza!
Através das águas de um simples riacho,
das serenas águas de um qualquer rio,
ela me transmite catadupas
de inspiração...
Com que escrevo alguns versos
que, mesmo sendo insucessos...
Me saem do coração!
Adoro a matiz das flores campestres...
E do o mato, seu cheiro agreste...
Faço, de tudo isto, minha oração!
Quando o vento sopra forte,
vindo do lado do Norte,
rodopiam no ar, folhas e pétalas
de flores já ressequidas,
que, mais parecem lenços brancos...
Acenando a seus amores...
Na hora da despedida!

Portugal-23-11-06

Meu Desejo

Augusta Schimidt / Brasil

Não posso morrer agora
Preciso de mais tempo
Para ver a aurora
Preciso amanhecer os dias
Adormecer as noites
Tenho um sonho a realizar

Quero criar laços
No meu novo espaço
Quero ver o sol brilhar
Sentir a brisa nos cabelos
Ver a noite chegar
E em sua companhia
Pescar estrelas no mar

Quero sentar na areia
Ver o vôo das gaivotas
Quero dormir e acordar na imensidão
Quero brincar com a espuma branca na praia
E falar ao mar da minha gratidão

Quero pedir ao tempo que espere
Que passe bem devagar
Preciso viver esse momento
Que há muito estou a esperar
Depois... aí sim posso ir embora
Para não mais voltar.

Campinas-04.10.2006-23.00hs

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O ENSEJO DO TEMPO
©Joaquim Marques / Portugal

Realize seu sonho!
Não queira ir já embora.
porque ainda não chegou a hora.
Deus,
Lhe dará o tempo que precisar
para, depois de ter dormido as noites,
de manhã, ao acordar,
abrir sua janela,
olhar a paisagem,
ver a aurora nascer
e, os seus raios de sol brilhar...

Você irá criar seus laços!
Não importa se, em novos
Ou velhos espaços...
E, ao chegar a noite,
junto ao mar,
com uma suave brisa a soprar...
Seus cabelos, irão desalinhar...
E, assim...
Junto a mim...
À luz du luar,
você por certo irá pescar...
Todas as estrelas
Que quiser!

Você pode dormir e acordar na areia,
olhar a imensidão do mar,
e, com a espuma de suas ondas brancas
brincar...
As gaivotas, voando, levarão
ao mar,
A mensagem da sua gratidão!

Não precisa pedir ao tempo que espere!
Ele vai passar bem devagar...
Para deixar,
você viver, esse... seu lindo momento!
E, por fim... sem hesitar...
Imbuído de um saudoso sentimento...
O tempo,
Vai pedir para você ficar!...

Porto-Portugal-30-10-2006



Silêncio

É isso silêncio...
Não suporto ouvir seu som,
Afinal, você está sempre acompanhado da solidão!

Não insista silêncio
Vá embora...
Não quero você aqui agora

Você me trás nostalgia
Leva embora minha alegria
E eu não sei viver assim.

Prefiro a companhia do abraço
Daquele que me aquece,
Forma laço,
Do sorriso com sabor de satisfação...

Vá embora silêncio
Me deixe aqui com as lembranças,
Lembranças de vida vivida
Ao som da esperança
Com nuances de emoção.

Vá silêncio...
Vá embora
Que aqui não tem lugar pra você não.

Augusta Schimidt
10/05/05
24.30hs

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O Silêncio
(Tere Penhabe)

O silêncio é uma lâmina
afiadíssima
que vai cortando lascas
pacientemente
do coração da gente.

E apesar de tudo
de ser silêncio
ele é um grito sufocante
aterrorizante
na alma da gente.

Sempre o desejamos
ardentemente
sem esperar, no entanto
displicente
que ele atenda a gente.

O silêncio é na verdade
misterioso
contém muitas histórias
doloridas
sobre a vida da gente.

Estou nesse momento
nos braços do silêncio
agarro-me a ele
com medo de cair
de repente...

Porque apesar de triste
é companheiro
e se temos que ficar assim
esquecidos
que seja no silêncio.

Ele faz parte da gente...

Itanhaém, 24/12/2003 – 23:24 hs
www.amoremversoeprosa

Ser pai
Augusta Schimidt

Ser pai é convidar pra este mundo
Um novo sócio, ao clube desta vida!
Mas esse compromisso é tão profundo
Que o pranto de chegar é o da partida!

Ser pai é o imitar-se ao nosso Deus
É abrir a um ser o portal do estar...
Como Ele fez aos afilhados seus
Pra que sintam na dor o verbo amar!

Sucede que nem mesmo essa lição
O tino humano sempre alcança!
Via de regra, o pai é o artesão...

O filho é obra, o mundo, grande feira
Onde se vendem sonhos de criança
E se busca esperança... Vida inteira!

Campinas/17/06/09


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SER PAI
©Joaquim Marques

Pai, não é um qualquer!...Tem que ser diferente
De todos os demais que não o sabem ser!...
E, mesmo não o gerando em seu ventre
Ele é semente que outra vida faz nascer!

Ao ver desabrochar essa tão bela flor
Enlevado, passa a ser o jardineiro
Regando dia a dia seu jardim d'amor
Faz crescer uma bela flor no seu canteiro!

Essa vida que o pai tornou fecunda
É a obra artesanal que dá ao Mundo
Com o dedo de Deus no retoque final!

Ser pai é dar pão, amor, saber sofrer
Na batalha da vida, ser herói General...
Por a vida dum filho, se preciso, morrer!

Porto

PORTUGAL

18/06/2009


Oração do Professor
Augusta Schimidt

Obrigado Senhor,
Pelo dom que me concedeu de ensinar
Pela graça de aprender
Pela força de amar

Obrigado Senhor,
Pela sabedoria que posso transmitir
Pelas almas cegas que posso iluminar
Pelos confinados que posso libertar
Pela mão que segura o lápis que eu posso conduzir

Obrigado Senhor,
Por me permitir a batalha diária
Pela vitória de cada dia
E por cada pequenino que cruza o meu caminho

Obrigado Senhor,
Por me permitir pregar a Esperança
E por ser eu a ponte
A levar cada criança
Ao caminho do Saber

Obrigado Senhor,
Pelos grandes desafios
Pelos objetivos alcançados
E pelos horizontes desbravados.

Amém

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Haroldo P. Barboza - Vila Isabel / RJ - Aulas de Matemática.

Autor do livro: Brinque e cresça feliz

Amigo laureado

Obrigado Senhor
Pela oração bela e justa
Que nos encanta
Pela voz da doce Augusta.

A criança para ser feliz
Não lhe basta só brincar
Sua alegria se completa
Quando ela pode estudar.

Desde os cadernos coloridos
Aos robustos livros didáticos
Absorvem novos ensinamentos
Surpreendentes e fantásticos.

Na condução deste processo
Destaca-se elo de bom quilate
Que apesar dos obstáculos
Não desiste e nunca se abate.

Seu poder foi arranhado
Pela queda dos salários
Por diversos momentos
Foi rotulado de otário.

Seu respeito foi pisoteado
Por estatuto mal elaborado
E por estudantes maldosos
Está sendo muito humilhado.

A luta do bravo é penosa
Para ajudar a abrir a mente
Pois apenas desta maneira
Seremos país independente.

Apesar de tantos percalços
Enfrenta tudo com ardor
Por isto lhe agradecemos
Querido amigo Professor.

Adoção
Augusta Schimidt

Menina pequenina adota
Quem lhe sopre sementes de amor
Quem lhe compre sonhos de esperança
Quem lhe ofereça morada
Cheia de bonança.

Menina tem fome de sol
Sede de chuva caindo no telhado
Por isso procura,
Quem lhe tire do cimento mofado.

Menina tem pressa de viver
Seus desejos coloridos de azul
Com cheiro de manhã orvalhada

Menina pequenina
Quer família,
Onde possa se sentir amada.

Campinas/10/06/08

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ALMA ADOTADA
©Joaquim Marques

Tens nessa tua fronte ó alma pura
Um estigma indelével da solidão...
Mas teu rosto revela tanta candura
Que desvanece a realidade da razão!

Dentro de ti existe um manancial
De amor, que teu coração pranteia
Por quem ao conceber teu ideal...
Comunga contigo a mesma ideia!

Fruis o colorido das flores campestres
Logras a frescura do orvalho matinal
Conténs o perfume dum lindo roseiral!

Nunca te sintas só, alma imaculada...
Pois sempre beberei do teu manancial
De amor! Por mim, foste adotada!...


Portugal
Junho 2008


Precisa-se de um poeta / Ancelmo Portela & Procura-se um poeta / Augusta Schimidt

Precisa-se de um poeta
Ancelmo Potela
(dedicado à poetisa dudda)

Precisa -se de um poeta para aplacar um coração,
de palavras singelas e gestos nobres,
com a serenidade da aurora
e a leveza da canção.

Precisa-se de um poeta à moda antiga,
- porém, não pode ser fechado, hermético,
muito menos informático, cibernético.
Há de ser natural, lúdico, lírico, livre, enluarado,
essencialmente poético.

Precisa-se de um poeta para embalsamar a dor,
carregar os sentimentos
e, sobretudo, decifrar o amor.

Precisa-se de um poeta

ancelmo portela (portelapoeta)

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Procura-se um poeta
Augusta Schimidt

Procura-se um poeta,
Em algum lugar deste mundo
Que seja capaz de com seus versos
Acordar sonhos adormecidos
Para serem revividos.

Procura-se um poeta,
Que tenha sonhos azuis
E que seja capaz de plantar sementes de versos
Para fazer brotar o chão da esperança.

Procura-se um poeta,
Que transforme palavras doces
Em musica suave
E enquanto a melodia toca
A poesia nasce...

Procura-se um poeta
Que troque lágrimas de dor
Por muitos versos de amor.

Campinas/24/06/09



Neguinho
Augusta Schimidt


Quem se lembra de Neguinho
Aquele menino mirrado
Que não dormia
Mas sonhava acordado?

Pois o meu Neguinho voltou
Dos seus sonhos fez realidade
Hoje é amigo da lua
E já não vive mais na rua

Neguinho agora tem casa
Com estrelas no quintal
Tem flores no jardim
Com perfume de jasmim

Ganhou de presente as nuvens do céu
Faz barquinhos de papel
E com eles navega
Buscando na nova vida
O doce sabor da felicidade

Neguinho agora sorri
Dos becos só restam lembranças
Reconquistou a fé no futuro
Voltou a ter esperança.

Campinas/05/08/2005

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Neguinho?
Tere Penhabe

Eu jamais vou me esquecer
do menino que foi de rua
aprendi a gostar dele
pelo amor da professora.

E ao ler tantos meninos
na ciranda de poetas
ao chegar no tal Neguinho
meu coração reconhece.

Que bom saber que voltou
que sua chance aumentou
por certo há de realizar
tudo que ele já sonhou.

Neguinho há de ter amor
um aconchego para estar
as estrelas do quintal
vão a ele iluminar.

Só é preciso ser forte
no seu sonho acreditar
nem sempre a vida é alegria
mas vale a pena sonhar!

Que Deus lhe abençoe, Neguinho!
Que o mantenha sempre assim
confiante e esperançoso
pois é tudo que precisa.

Há de ser um grande homem
como tantos outros meninos
vai conquistar seu espaço
da família ser o arrimo.

Então lembre-se de nós
poetas do seu passado
que o amaram sem lhe ver
quando sonhava acordado.

E lhe desejam que um dia
viva em meio a muito amor
e até com um pouco de sorte
venha a se tornar doutor!

Santos, 05.08.2005_19:00 hs
www.amoremversoeprosa.com



Minha Sardade
Augusta Schimidt


Eta sardade danada
Das terra lá do sertão
A sardade mata a gente
Faiz due o coração

Quano eu óio a lua
E vejo o céu estrelado
Lembro do canto dos passarinho
Que vivia du meu lado

Eta sardade danada...
Das colheita du café
Dos grão que eu ponhava no saco
Pra ispaiá lá no terrero

Sardade eu tenho tomem
Dos chero di mato
Das noitada no pasto
Veno as estrela piscá

Das hortaliça fresquinha
Das manga rosa no pé
Dos banho di cachoera
Das reza e dos rastapé.

E hoje qui eu to aqui
Quano iscuito a viola toca
Meu zóio si enche de água
E eu me ponho a chora.

Eta sardade danada
Qui eu sinto neste lugá
Si ieu pudesse ieu só durmia
Pra mordi não mais pensá

Campinas – São Paulo

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Sodadi minha tamém
(Tere Penhabe)

Dessa sodadi matadera
tamém me quexo cumadi
nói bandonemo o sertão
num bandonemo as mizadi.

Nem mi fali nessa lua
que a di cá é deferenti
num faiz relia na arma
nem nu coração da genti.

Bota matadera nisso, cumadi
du serviço inté num mi alembro
mai das festa e das reza
ia inté meis de novembro.

Uma rezação danada ,sô
que nunca mai tinha fim
um zóio tava no terço
otro no moço que eu via.

Era uma beleza aquilo
as campina verdejanti
nos pasto o gado pastano
na roça só gente contenti.

Nem me fali nessas manga
chega a doê o coração
tinha tamém da ispada
e das grandi, da borbão.

Laranja baiana e gostosa
frua sadia e saborosa
sem ferruge e sem praga
dava inté pá contá prosa.



Eu choro tamém cumadi

mas é pamordi o melão

quandu compro lá na fera

vale o preço dum eitão.

Tudo pra hora da morti

um pé de arface é sangria

se um cacho de uva busca

é quaji o preço dum fusca.

Mai vamu ino ansim memo
que otro jeito num há de tê
a sióra fala im drumi?
Mai isprimenta cuchilá...

Sem cachimbo vai ficá!!!
Santos, 02/06/2005_10:19 hs

www.amoremversoeprosa.com



Menina de Olhos Tristes
(Tere Penhabe)

Menina de olhos tristes
que vive à beira do cais
seu sonho já não existe
ledo engano, nada mais.

Não posso me conformar
que você seja um perigo
que poderá me fazer
que eu já não tenha vivido?

Entretanto eles me dizem
para não passar por lá
que você é uma meretriz
pode me prejudicar.

Que mundo ridículo é esse
onde vivemos eu e você
se eu não posso lhe ajudar
que mal poderá me fazer?

Se a tristeza prejudica
com certeza irá matar-me
pois foi o que eu mais vi
nos olhos a me encarar.

Vi a sombra de uma ilusão
que por certo trouxe consigo
quando chegou de viagem
cheia de sonhos antigos.

Vi a dor transparecendo
nesse seu olhar cansado
vi a esperança morrendo
num rosto desanimado.

Essa sombra de tristeza
cobrindo seu pobre olhar
será sempre a realeza
da lembrança do lugar.

Posso me esquecer de tudo
a vida é como uma ilha
mas desejo que você
tenha um dia uma família.

Para que ao perceberem
parada naquela porta
ninguém fuja de você
como se estivesse morta.

Como se fosse uma praga
que contagia, que mata
você é apenas mulher
de menos sorte, mais nada.

Santos, 11/08/2004_15:50 hs
www.amoremversoeprosa.com

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Réplica...
Augusta Schimidt

Sou a menina dos olhos tristes
Que você viu na beira do cais
Mas lhe digo, meu sonho existe
Deixar de viver...jamais.

Conforme-se nobre senhora
A sociedade é assim
Não sabe onde está o perigo
Mas vê o perigo em mim.

Sou sim uma meretriz
A vida me fez assim
Mas vou vivendo de amor
Pro sustento dos meus filhos
Resolvi viver assim

Esse mundo é desigual
Cheio de hipocrisias enfim
Mal nenhum vou lhe fazer
Pode confiar em mim.

Não fique triste senhora
Mal de amor não mata ninguém
O que você viu nos meus olhos
Foi o brilho que você tem.

Ilusão tenho por certo
Viajo em sonhos todos os dias
E quando meus olhos encontram os seus
Agradeço, com muita alegria.

A dor que vê transparecer
É de cansaço da lida que faço
As vezes a esperança morre
Mas revive quando recebo um abraço.

Uma família eu vou ter
Vou fazer por merecer
Afinal, sou mulher...tenho garra
E apesar de ser meretriz
Sou uma mulher feliz.

Não quis a sorte um dia
Que eu fosse uma doutora
Mas posso lhe garantir...
Sou mulher... lutadora
12/05/2005


Índios da Província de Goyaz
Valeriano Luiz da Silva

Filósofos como “Rosseau,
Montaigne e Diderot”
Sobre os índios brasileiros falaram
E teceram comentários...

Mas vou me ater aos índios da minha terra...
Muitos desapareceram, outros não têm reservas,
O Bandeirante quando aqui chegou...
Com fogo os ameaçou

Querendo tornar os índios escravos
Bartolomeu quis mostrar-se bravo
Os índios Goiá e Araés foram adestrados
Gritando “Anhanguera, Anhanguera” assustados...

Goiás terra dos Kakriabás
Morada dos Akroás
Onde já foram livres os Karajás
Antes de o bandeirante aqui chegar

Caçavam e pescavam os Carijós
Não eram vigiados e andavam sós
Desfrutavam da natureza os Javaés
A terra era também dos Naudezes

Mas chegou certo instante
Mataram nossos xavantes
Hoje são poucos os restantes
Tudo começou por causa do ouro abundante

Onde estão nossos Caiapós?
E o ouro que era encontrado como pó
As terras precisavam ser colonizadas
Mas não com roubo, morte ou pancadas,

A Capitania de Goiaz
Mostrou-se incapaz...
De proteger nossas aldeias
E a maioria virou pó e areia

O que fizeram dos bons selvagens...
O branco fez das matas lindas pastagens
Pois sempre levou vantagem
E até pra matar índio arrumava coragem

O terceiro milênio chegou
Para os índios nada melhorou
Para que o futuro do índio não seja perverso
É preciso breve reverso

Enquanto o homem só pensa no progresso
Há tribos que só renasceria por incesto
Mas entre os índios o incesto é pena de morte
Para um ou dois índios ter famílias só se for por sorte

Talvez tornemos humanistas
Como Marechal Rondon grande sertanista
Que substituiu o ódio pela ternura
E a suspeita pela confiança destas criaturas

Ou sigamos os Irmãos Villas Boas
Duas gentis pessoas
Que por longa jornada
Suas vidas aos índios foram dedicadas

“Goyaz” nome da antiga província
Anápolis-Go, 27/07/05
valerianols@globo.com
www.albumdepoeta.com

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Índios...Injustiça Social
Augusta Schimidt

Diferença cultural
Desigualdade social
Dificuldade de distribuir
Com justiça o seu fruto
Sua lida pela vida,
Empobrecida...

Quando tudo começou
Uma esquadra na praia atracou
Com a tribo nativa barganhou
E foi assim que o Brasil começou...

Hoje...
Pataxó, Ianomâmi, Cariri
Xavantes, Tupinambá, Tupi Guarani,
Perde a terra
Perde o sonho
De viver no paraíso
Sente a fome,
Sente a sede
E nem dorme mais na rede

Não tem mais porto seguro,
Só tem o céu escuro
Sem paz e sem ar puro.

E a vida nativa,
Sem as flores da esperança
Sem as claras cachoeiras
Se perde na ribanceira
Desse mar selvagem
Da descrença brasileira.

Campinas /SP /07/06/05 10.00hs


Barquinho
Augusta Schimidt

Lá vai o barquinho
Pelo alto mar navegar
Será peixe ou estrela
Que ele está a procurar?

Sem rumo navega no mar
E sossega quando encontra o horizonte
Pois faz dele uma ponte
Para no céu poder chegar

Só agora entendi
Que eram as estrelas
Que o barquinho foi buscar.

Campinas/ 05/07/2005
10.00hs

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Não creio...
Tere Penhabe

Não creio sejam estrelas
que o barquinho foi buscar
por certo é algum tesouro
que guarda o fundo do mar!

Lá do tempo dos piratas
baús cheios de ouro e prata
e de outras pedras também
que hoje não é de ninguém.

Se quiser podemos ir
numa empreitada dessas
mas se a gente conseguir
eu exijo uma promessa.



Que ao voltar aqui na terra
do lado de cá do mar
ensinemos toda a gente
ao mar, sempre preservar!

Não deixando que o lixo
suas ondas vá levar
nem jamais cacos de vidro
na praia deixar ficar.

Já estou de espada em punho
e o meu chapéu de pirata
fiz também um tapa-olho
só espero sua chamada.

Santos, 04.09.2005

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Vamos lá...
Augusta Schimidt

Venha então...
Vamos logo,
Quero buscar os tesouros
Traremos estrelas cintilantes
Raios de Sol
Brilho de luar
Respeito e devoção ao mar
Só assim poderemos conseguir
Que toda essa gente de cá
Aprenda ao mar preservar

Campinas / 05/09/2005


DAVI ( Tere Penhabe e Augusta Schimidt)

Minino Davi, que inda num cunhici
tua mainha te escoieu
um nome de rei, dos mai bunito
um rei forti e cum a sorte
di sempri tê Deus, no seu coração.
Pumordi isso que ieu sei
que ocê vai sê grandi,
mai não um elefanti
vai sê é importante
só num digo, minininho
que será prisidenti
módi que a coisa tá preta
e si ocê iscuitá isso
é bem capaiz de imbirrá
e num querê vim prá cá.
Mai podi ficá sucegado e filiz
que ocê há de sê
o que Deus sempre quis:
um homi decenti
importanti e valenti
que num hai de passá
nessa terra daqui
sem fazê a diferença.
Sem mostrá presse mundo
o valô que tem o amô
e o que ele pode fazê
eu sinto que vai sê ocê
que vai prantá nessa terra
o fim dessas guerra
a orora da paiz!
Intão fica ansim
quando ocê nascê
num si isquece de mim
sô a sua cumadi terê
num pirciso mai nada na vida
nada vô lhe pidí
eu só vô torcê pra ocê
sê muito, muito filiz!!!

Cum amô
Terê das Bêra Mar

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I ieu mininu Davi
Tô aqui pra desejá
Seja bem vindu nesti lar
Seja filiz é u qui deseju
Pranti amô pra curtivá
Cuide bem da sua mainha
Puis ela sabi ti amá

Eu tomém deseju
Qui ocê seja rei dessi país
Seu juizo é di raiz
Seja homi, seja forti
Seja exempro di união
Qui é disso qui pricisa essa nação.

I quano ocê chegá
Num isqueci di ispiá
Esses verso qui nóis feiz
Pra recebe ocê
Cas homenage di um Rei

Boas viaje meu mininu
Chegui logo no arraiá
Qui a festa vai isquentá
Prá mordi ocê cumprimentá
Pra dá suas boa vinda
U qui nóis qué é festejá

Cum muito amô
Da tia Guta das Campina
22/05/2005



Meu pássaro Rei
Augusta Schimidt// Luiza de Marilac

Noite fria madrugada //Alimenta a poesia
Folhas secas pelo chão//Clamando outra estação
O relógio segue o tempo//Na epopéia do som
E eu sinto a solidão//Romper meus sonhos

Vem meu pássaro rei//Nesta sombra em jornada
Faz um ninho na minha janela//Em formosura rara
Alegra com seu canto o meu acordar//E me põe a cantarolar
Preciso muito de você//Aconchego de meu coração
Preciso ouvir o seu cantar//Regando a flor da vida...

Seu canto é o ar que respiro//Em dia embebecido
É a alegria dos meus dias//Tatuando meu coração
Meu alento de viver//Horizonte de meu ser
Sem você eu fico triste//Desembrulha o brilhar
O hoje já não existe//Adormece
E o amanhã será saudade...//Eternidade!
Augusta Schimidt // Luiza De Marillac Bessa Luna Michel



Catador de Papel
Augusta Schimidt


Pela cidade toda
Dia e noite sem parar
Lá vai ele catando papel
Pra poder se alimentar...

Na sua lida diária
Encontra a sorte e a morte
Numa disputa cruel
E sem saber quem vai ganhar
Trabalha
Pra poder se alimentar...

E quando a morte perde pra sorte
Ele levanta os olhos ao céu
Agradece,
Faz sua prece
E retorna para a triste paisagem
Com a vida que leva
E que já virou arte.

Papel e pobreza
Perigo e esperteza
Fazem parte da rotina
Do catador de papel

Sem descanso e ilusão
Segue em frente
Torcendo pra que a sorte
Continue vencendo a morte
Pois precisa trabalhar
Pra poder se alimentar...

Campinas/10/11/06
00.23h


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O CATADOR DE LIXO
Bernardino Matos.

Não faz muito tempo, nos centros urbanos,
uma cena inusitada, o trânsito atrapalhava,
um burro puxava uma carroça, não humanos,
a família, mantimento, sementes, transportava.

Atrás, amarrado numa corda, um cão seguia,
era um transporte coletivo, emergente, barato,
esse acontecimento fazia parte do dia a dia,
cada um usava seus meios, sem aparato.

Hoje, com a evolução, surgiu a reciclagem,
existe a reciclagem do papelão e do plástico,
o lixo se tornou matéria prima, com vantagem,
o meio de apanhá-lo é que se tornou drástico.

No lugar do burro, ou do jumento, um humano,
a fonte de produção é o lixo dos edifícios,
surgiu uma nova profissão, o cata lixo urbano,
ele puxa uma carroça e recolhe os desperdícios.

Ele abre as lixeiras dos edifícios seleciona, classifica,
o lixo, de acordo com o que vai ser o produto final,
se papel, papelão, caixa de embalagem, especifica,
separa as garrafas de plásticos, de vidro, o escambau;

Encontra também restos de comida, cuja qualidade,
varia, de acordo com o poder aquisitivo dos residentes,
um pedaço de frango, um osso recheado, variedade.
os semblantes são amargos, mas corajosos, valentes.

Enfrentam essa podridão sem luvas, sem proteção,
descalços, famintos, suados, ansiosos, revoltados,
ganham vinte centavos por quilo, uma exploração,
vemos homens substituindo animais, desolados.

Numa classificação de cargos e salários, de fato,
ele é enquadrado como um catador de lixo, formal,
realmente, porém, vemos um ser humano caricato,
no mais baixo nível, num padrão inferior ao animal.

As fábricas que reciclam o lixo são empresas modernas,
a matéria-prima que é utilizada no processo de produção,
representa um avanço da tecnologia, explorando pernas.
cansadas, mentes confusas, seres que nem humanos são.

Estamos, aqui, na internet, trocando idéias, conhecimentos,
utilizando uma tecnologia avançada, deveras gratificante,
temos um intercâmbio fantástico, verdadeiros lenimentos,
eu me sinto muito feliz com os amigos, muito edificante.

Mas quando passo por um catador de lixo sinto amargura,
a distância é muito grande, a defasagem é degradante,
são seres humanos, como nós, precisam também de ternura,
voltam para casa cansados, com os pés esfolados, revoltante.

Até quando iremos assistir essa degradante distância social,
como podemos conviver com um congresso tão alienado,
com salários altos, moradias e viagens pagas e sem moral,
colocamos frente a frente o cata-lixo e o cata-voto, deputado.

Eu sempre nunca entendi, perfeitamente, a existência do mal,
qual a culpa que tem uma criança para nascer retardada,
deformada, aleijada, condenada à morte, numa situação fatal,
e porque criminosos, traficantes, políticos, levam uma vida abastada?

Esses seres que sofreram tais penalidades, em nenhum momento,
usaram o livre arbítrio, nunca tiveram o direito de fazer uma opção,
não pode ser conseqüência do pecado original, aceito, mas lamento,
algum desígnio, algum objetivo, Deus espera nossa compreensão.

Nossa única saída é procurarmos aliviar as dores dos desafortunados,
é sofrermos juntos, distribuirmos ternura, carinho, amor, gratidão,
que formemos esse grupo atuante, unidos, deveras integrados,
conscientes do nossas responsabilidades, da nossa missão.

Ontem, ao ir para o trabalho, assisti uma cena impressionante,
um cidadão distribuía nos sinais roupas, calçados, brinquedos, pães.
e um grupo expressivo de crianças e adultos, num estado degradante,
disputavam aquela esmola, avançavam contra o carro, feito cães.

O que o doador fez foi gratificante, fazia o que podia, em sua condição,
e eu me pus a repassar minhas angústias, minhas aflições pequenas,
meu inócuo descontentamento, e me considerei um pobre de emoção,
acelerei o carro, com vontade de voar, para não mais ver aquelas cenas.

Procurei me situar melhor e agradeci a Deus pelo espaço que me deu,
por trilhar um caminho menos tortuoso, por ser tratado como gente,
por poder sonhar, sorrir, por receber afetos, por seu um filho seu,
e senti vergonha desse país, que a uma parte de irmãos é indiferente.

Sejamos catadores de solidariedade, de caridade, de amor desprendido,
para aliviarmos o sofrimento e o desengano dos catadores de lixo,
reciclemos nossas emoções, tornemos nosso caminho menos sofrido,
que podermos portar com orgulho, se for o caso, um belo crucifixo.

Fortaleza, 11 de novembro de 2006


O vento
Augusta Schimidt

Esfria o vento
Meu pensamento
Sopra longe
De encontro ao mar
Encrespa as ondas
Derruba as folhas
De todo lugar.

Vento desfaz as lembranças
Sonhos iluminados
Bordados de ouro
Afaga os cabelos
Canta palmeiras
Vento canta
O meu sonhar
Que por vezes
Faz minha alma chorar...

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Vento
faffi...

Quisera eu ser vento
poder soprar de sul a norte,
tirar as folhas do caminho
ajudar o vôo dos passarinhos...
Abrir suas janelas,
balançar as cortinas
pra você poder me notar...
Ah, quisera eu ser vento forte
empurrar pra longe as ondas do mar
deixando a lua mergulhar nas suas águas
procurando uma estrela ...
aquela, que ela e o sol
fizeram no mar brotar...
Mas não sou vento,
nem forte, nem lento,
só sinto ele por mim passar...
Cada vez que o vento passa,
soprando leve ou ligeiro,
traz um pouco de você pra mim,
leva um pouco de mim para algum lugar.


faffi/ Silvia Giovatto



Pela aparência do back
já sabem que falarei
de coisas do coração,
afinal, tudo que temos
de puro, de belo
reside lá dentro..

Veja que situação!

O mundo tenho percorrido,
já vi de tudo que é feio
e com a morte da ilusão,
vi embora o que é bonito
e peço, por favor, sua tenção
ao que está me acontecendo..

Tem uma criança,
lá dentro, se debatendo,
sem ar, sem respiração,
se segurando com força
nas paredes do meu coração.

Na verdade,
por mais que não me ouça,
ela sente que está morrendo
e busca uma solução
para sair do perigo..

Já tentou
através do choro
e agora, com a maior ingenuidade
está aos gritos!

O que posso fazer?!
Ninguém pode viver tanto!
Eu falo, falo, explico,
mas não adianta, está em prantos
provocando um nó na minha garganta!

Por isso,
sem burburinho ou alarde..
Se alguém souber de um jeito tranqüilo,
de uma morte suave,
tenha a bondade de me escrever!

rivkahcohen

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Calma criança,
Troque o choro por alegria
As coisas do coração
Merecem carta de alforria

Se já percorreu o mundo
Sabe bem o que nele há
Se lhe morreu a ilusão
Renasça Esperança!

Não se debata, criança
Nem pense na morte
Pense na vida
Olhe pra dentro de si
E sorria ...Felicidade

Augusta Schimidt
www.rivkah.com.br/poemas/duetos.htm -


Campinas/10/01/07
20.00h